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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O Paradoxo da Felicidade: Quanto Mais Buscamos, Menos Encontramos?

 


A felicidade é um dos temas mais discutidos ao longo da história da filosofia. Todo mundo quer ser feliz, mas, curiosamente, quanto mais tentamos agarrá-la, mais ela parece escorregar pelos nossos dedos. Por quê? Será que estamos buscando da forma errada? Vamos explorar essa questão sob diferentes perspectivas filosóficas e descobrir como podemos nos aproximar de uma felicidade mais autêntica.

O Que É Felicidade, Afinal?

Antes de tudo, precisamos entender o que significa ser feliz. Para muitos, felicidade é prazer e satisfação imediata. Para outros, é um estado mais profundo e duradouro, baseado no sentido da vida e no propósito. E para os filósofos, bem… a resposta depende de quem você perguntar.

Aristóteles e a Eudaimonia: Felicidade Como um Caminho

Aristóteles acreditava que a verdadeira felicidade (eudaimonia) não é um simples momento de prazer, mas sim um estado duradouro alcançado pelo cultivo das virtudes. Ou seja, não adianta apenas buscar prazeres momentâneos; precisamos nos desenvolver como pessoas, encontrar um propósito e viver de forma equilibrada.

Ele dizia que a felicidade não é algo que simplesmente acontece, mas sim o resultado de uma vida bem vivida. Em outras palavras: a felicidade não é o destino, mas a própria jornada.

Schopenhauer: Felicidade e Sofrimento São Irmãos

Se Aristóteles era otimista, Schopenhauer era o oposto. Para ele, a vida é cheia de sofrimento, e a busca desenfreada pela felicidade só nos torna mais infelizes. Ele acreditava que somos movidos pelo desejo e, assim que conquistamos algo, rapidamente buscamos outra coisa – caindo em um ciclo interminável de insatisfação.

A solução? Reduzir os desejos e aprender a apreciar a simplicidade. Para Schopenhauer, a felicidade está menos em conseguir coisas e mais em evitar o sofrimento.

Epicuro: Felicidade Simples e sem Exageros

Epicuro traz uma perspectiva mais prática: a felicidade vem de prazeres simples e moderados. Ele não pregava uma vida de excessos, mas sim a busca pelo equilíbrio. Para ele, pequenos prazeres como boa comida, amizade e paz de espírito são suficientes para uma vida feliz.

Se seguirmos essa ideia, talvez a felicidade esteja mais perto do que imaginamos – basta apreciarmos o que já temos ao invés de buscarmos sempre mais.

Viktor Frankl: O Sentido da Vida Como Fonte de Felicidade

Viktor Frankl, psiquiatra e filósofo, sobreviveu aos horrores dos campos de concentração nazistas e aprendeu uma lição profunda: a verdadeira felicidade vem do sentido que damos à vida. Mesmo nas piores circunstâncias, quem tem um propósito encontra razões para seguir em frente.

Se aplicarmos essa visão no dia a dia, podemos parar de buscar felicidade como um fim em si mesmo e, em vez disso, focar em construir uma vida significativa.

Então, Como Ser Feliz de Verdade?

Se tentarmos sintetizar todas essas visões, podemos tirar algumas lições valiosas:

  1. Pense na felicidade como um processo, não um objetivo final (Aristóteles).

  2. Evite a obsessão por prazeres passageiros e reduza os desejos desnecessários (Schopenhauer).

  3. Aprecie as pequenas alegrias da vida e busque equilíbrio (Epicuro).

  4. Dê sentido à sua existência, pois isso gera uma felicidade mais profunda (Frankl).

Talvez o paradoxo da felicidade seja esse: quanto mais a perseguimos diretamente, mais difícil ela se torna. Mas quando focamos em viver bem, desenvolver virtudes, encontrar sentido e apreciar o presente, a felicidade aparece – sem que precisemos correr atrás dela.

E você? Como enxerga a felicidade? Será que estamos procurando no lugar certo?

domingo, 5 de novembro de 2017

Exercícios Nietzsche e Schopenhauer



Questão 1 - Em “Genealogia Da Moral”, Nietzsche faz uma análise devastadora
da moral tradicional, a qual considerava baseada:


Schopenhauer e o Amor

http://obviousmag.org/do_ser/2015/schopenhauer-e-o-amor.html

SCHOPENHAUER E O AMOR

O que a vontade representa para o ser? Precisamos de amor para sermos felizes? O que é o amor?

Nossos desejos, nossas vontades são o que aparentemente dão sentido as nossas vidas. Nada mais comum que o sentimento de frustração quando não conseguimos saciar uma vontade. Havia um filósofo alemão no século XIX que já falava sobre isso, inclusive tendo o amor – tema pouco abordado por filósofos – como peça central de nossos desejos.
Arthur Schopenhauer via a essência do ser humano como a Vontade. Sempre estamos em busca de satisfazer os nossos desejos, por isso, para o filósofo alemão, a essência da vida era a dor, pois a satisfação constante do que queremos esta atrelada a nossa concepção de felicidade, o que acaba por se tornar insustentável, nos fadando a frustrações.
Daí nota-se o pessimismo como característica intrínseca a esse filósofo – o que lhe garantiu a alcunha de “filósofo do pessimismo” – ao ver o prazer apenas como uma sensação de supressão momentânea da dor, sendo esta por sua vez a única e verdadeira realidade. Para ele o princípio de toda vontade era uma ausência da dor. Em outras palavras, criamos inconscientemente alguns desejos que tentamos satisfazê-los para tornar nossa vida mais alegre e anestesiar a dor, porém ao satisfazê-los não atingimos essa felicidade, mas sim um prazer instantâneo, uma ausência momentânea do estado de dor, que logo retroage.
– Já que estamos destinados à dor, seria possível de algum modo atingir a felicidade?
Para Schopenhauer, a anulação da vontade seria o caminho para atingirmos a verdadeira felicidade – segundo ele, que foi um estudioso da filosofia hinduísta, particularmente no budismo – a experiência do nirvana, descrita pelos budistas, seria a ascese para real felicidade e acima de tudo a estabilidade, ao aniquilarmos até mesmo a vontade última, que seria a vontade de viver. Portanto, a causadora da dor no ser humano era a própria essência da vida, a vontade.
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Realizo agora uma digressão para abordarmos o assunto que dá origem ao título do artigo. “Somos escravos do impulso biológico da preservação da espécie”, dessa forma era visto o homem por Schopenhauer. O amor, seria uma estratégia da natureza para disfarçar esse impulso biológico e torna-lo inconscientemente mais atrativo para o ser humano. Por isso, para o filósofo o nosso erro era ver o amor como sinônimo a felicidade, é observado aí outro traço tido como pessimista do Schopenhauer. Seria impossível evitarmos que nos apaixonássemos, já que somos escravos desse impulso, que nos cria uma vontade involuntária de perpetuarmos a espécie, mesmo que essa não seja a real intenção de nosso consciente. O produtor de televisão inglês, Alain de Botton, usa o exemplo de uma balada para ilustrar esse impulso. Segundo o produtor – baseado em Schopenhauer – as pessoas vão a esse tipo de festa com o intuito de satisfazer essa vontade de prazer, seja por amor ou por satisfações sexuais, mas que na verdade a real intenção de seu inconsciente é a preservação da espécie. Em linhas gerais, o amor ou o tesão são estratégias da natureza que nos levam a reprodução e são sensações tão boas que nos tornam escravos disso, como pensava o filósofo.
Porém, nada como o amor para nos trazer uma frustração – em uma percepção bem niilista, diga-se de passagem – e isso vem a partir do que Schopenhauer já denunciava, a nossa visão do amor como felicidade. Atualmente notamos que a maioria dos relacionamentos amorosos são frágeis, sem a entrega necessária para a solidificação de algo. É comum entrarmos em uma relação pensando se realmente vale a pena, se não vou me machucar ou se irá acabar bem. Jogamos o jogo do falso desinteresse. O que parecer mais desinteressado na relação é o que é visto como superior, não devemos demonstrar interesse, e assim ficamos presos nesse jogo inútil, perdendo momentos a dois com a pessoa que temos apreço tudo para parecer desinteressado.
– Toda essa cautela é tomada à medida que nos machucamos. Mas então, por que não desistimos de amar e viramos pessoas frias, não seria mais racional?
Provavelmente Schopenhauer responderia que é impossível nos libertarmos dos grilhões do instinto da preservação da espécie, e buscamos sempre essa felicidade travestida de amor, então o instinto superaria razão – mas o amor machuca, maldita artimanha da natureza – concluiria o filósofo. Mas também quem disse que queremos nos libertar desses grilhões? Deixo essa reflexão para o público, assim com a seguinte frase do poeta francês, Victor Hugo: "Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele".

VICTOR OLIVEIRA

Formando em Direito na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Assíduo leitor sobre o que a filosofia pode corroborar com a formação do ser. Orientação política à esquerda..

segunda-feira, 7 de novembro de 2016