O ceticismo filosófico é uma corrente de pensamento que questiona a possibilidade do conhecimento seguro e absoluto. Desde a Antiguidade até a modernidade, o ceticismo tem sido uma força crítica dentro da Filosofia, desafiando dogmas e promovendo o questionamento constante.
Este artigo explora a origem, as principais ideias e os impactos do ceticismo na Filosofia e no pensamento ocidental.
As Origens do Ceticismo
O ceticismo teve suas raízes na Grécia Antiga, com filósofos como Pirro de Élis (c. 360-270 a.C.), que defendia a suspensão do juízo (epoché) como forma de alcançar a tranquilidade (ataraxia). Posteriormente, o ceticismo foi sistematizado por Sexto Empírico, cujas obras influenciaram profundamente o pensamento filosófico posterior.
Há duas formas principais de ceticismo na Antiguidade:
Ceticismo Pirrônico – Defende que não podemos ter certeza sobre nada e, portanto, devemos suspender o juízo.
Ceticismo Acadêmico – Desenvolvido na Academia de Platão, argumentava que, embora o conhecimento absoluto seja inatingível, algumas crenças são mais prováveis que outras.
O Ceticismo na Filosofia Moderna
Na modernidade, o ceticismo foi retomado por filósofos como René Descartes e David Hume. Descartes utilizou a dúvida metódica como forma de alcançar uma certeza indubitável, enquanto Hume questionou a validade da indução e a confiabilidade dos sentidos, influenciando o empirismo e o pensamento crítico.
O ceticismo também influenciou Immanuel Kant, que buscou reconciliar a dúvida cética com a possibilidade do conhecimento objetivo por meio de sua Filosofia transcendental.
O Ceticismo na Contemporaneidade
Atualmente, o ceticismo continua relevante em diversas áreas, como a ciência, a epistemologia e o debate sobre fake news. O pensamento cético incentiva uma postura crítica diante das informações, ajudando a evitar o dogmatismo e a manipulação.
Conclusão
O ceticismo é um pilar essencial da Filosofia, incentivando o pensamento crítico e a investigação contínua. Ao questionar a validade do conhecimento, os céticos ajudaram a moldar o pensamento ocidental e a fortalecer a base do método científico.
Bibliografia
SEXTO EMPÍRICO. Esboços Pirrônicos. São Paulo: Editora UNESP, 2010.
HUME, David. Investigação sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2007.
RUSSELL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.